segunda-feira, 3 de junho de 2013

Entendendo a Produção e os Desafios do Etanol 2° Geração

O Brasil é reconhecido mundialmente pelo pioneirismo do desenvolvimento do biocombustível  produzido através da cana-de-açúcar: O etanol.
O projeto Proálcool criado na década de 70 impulsionou as pesquisas e inovações tecnológicas, tornando o etanol uma fonte importante de energia para o país.

Mas o que é o Etanol?
Técnicamente chamado de Álcool Etilicocombustível, é produzido através da fermentação de amido e de outros açúcares, como o milho, trigo, beterraba e em especial a cana-de-açúcar.
Altamente inflamável e incolor, o etanol é muito utilizado em automóveis.
Seu principal atrativo é ser uma fonte de energia natural, limpa, sustentável e renovável.
Renovável pois sua matéria-prima é obtida através do plantio de culturas pelo homem.
Comparado com a gasolina, o uso do etanol reduz em cerca de 90% a emissão dos gases do efeito estufa, principais responsáveis pelo aquecimento global.

Como a Cana vira Combustível?
Atualmente, as usinas de cana produzem etanol a partir da fermentação da sacarose, presente no caldo da cana. As leveduras são responsáveis pela transformação do açúcar em etanol. Este processo é o que caracteriza o Etanol  1° Geração.
Uma curiosidade, é que estas leveduras usadas no processo de fabricação do biocombustível é a mesma utilizada pela indústria de panificação e de bebidas alcoólicas.
Após o processamento, o etanol pode ser utilizado puro ou misturado com a gasolina, como combustível.
No Brasil, existe o etanol hidratado, com 5% de água - abastece os automóveis flex, e o etanol anidro, usado como aditivo em combustíveis, sendo composto por 99,5% de etanol puro e 0,5% de água.


Do Meio Ambiente Vem a Energia

Como já descrito acima, o etanol é um biocombustível feito com a utilização de matéria vegetal, o que dispensa totalmente o uso do petróleo, eliminando assim, o lançamento de alguns poluentes, como o benzeno, que são prejudiciais a saúde e ao meio ambiente.
Uma vantagem de utilizar a cana, comparada com outras culturas, é que seu plantio requer uma menor quantidade de defensivos agrícolas, várias pragas podem ser combatidas sem agrotóxicos e a erosão é pequena, já que o solo fica a maior parte do tempo coberto.

O quadro abaixo criado pela Agência Internacional de Energia mostra o comparativo entre a redução de poluentes pelo etanol da cana, da beterraba e do milho.

2° Geração
A diferença entre o Etanol de 1° e 2° geração, é que o segundo pode ser fabricado a partir da celulose presente em qualquer parte da planta, como a folha, a palha e o bagaço.
O lixo orgânico (bagaço e palha) passa por um processo de lavagem e pré-tratamento para que sua superfície fique maior. O próximo passo é aplicar enzimas que quebram a celulose em glicose e a partir desta etapa, o processo para conclusão do etanol é o mesmo do da 1° geração, com aplicação de leveduras para produção do álcool.
As ilustrações abaixo feitas pelo Samuel Rodrigues para uma campanha publicitária da Petrobras, mostram em detalhes as etapas que diferenciam o processo de produção do etanol da 1° e 2° geração.



Desafios a serem superados 

Desde 1° de Maio, a quantidade de etanol na mistura da gasolina aumentou de 20% para 25%. Mas além de suas vantagens e do aumento da sua produção e consumo, é preciso cuidado e calculadora para contabilizar os desafios da 2° geração que não poderão esperar por uma terceira.

Marcos Buckeridge, do CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol) explicou no ano de 2011 que a produção de etanol de 2° geração tem fortes concorrentes dentro das próprias usinas. 

O bagaço que sobra do processo para obtenção do etanol de primeira geração pode ser queimado em caldeiras e transformado em energia elétrica.

A eletricidade excedente que não é consumida pelas usinas pode chegar a cerca de 40% e geralmente é vendida para o sistema interligado de distribuição elétrica nacional.

Caberá ao governo no futuro decidir se valerá mais a pena queimar o bagaço e a palha para produzir eletricidade - caso esta esteja com valor de mercado maior, ou se o etanol estiver mais bem pago, o lixo orgânico será então usado para produzir etanol de segunda geração.

Buckeridge destacou ainda que o etanol de segunda geração também deverá concorrer com a chamada química verde, divisão da ciência que estuda compostos do bagaço e da palha da cana que possam ser comercializados e utilizados pela medicina e indústria alimentar.

De todo modo, o investimento no sentido de dominar a tecnologia de produção do etanol de 2° geração é uma alternativa sustentável e muito bem-vinda em detrimento da exploração de fontes energéticas fósseis.

O Planeta agradece!




Fonte:  Petrobras, Cascol Combustíveis, CTBE.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gigante Perdido Spar

Há mais de 150 anos , a engenharia vem transformando o mundo do petróleo em uma atividade que mescla, produtividade, desenvolvimento e beleza.... beleza sim! 

Ver desafios extremos superados pelo trabalho conjunto de engenheiros, geólogos, técnicos..., encantam os olhos e nos mostra a imensa capacidade que os nossos  milhões de neurônios são capazes de produzir.

Para transformar cabanas de madeira em cidades sobre o oceano, o mundo do petróleo teve que superar desafios e desenvolver tecnologia de ponta que possibilitaram a extração do petróleo por plataformas de grande complexidade em águas profundas. 

O documentário abaixo divulgado pelo National Geographic Channel aborda toda a tecnologia utilizada para exploração nos oceanos, que levaram à construção do maior petrolífero do mundo: Perdido Spar no Golfo do México.




A Gigante Perdido, operada pela Shell é a plataforma petrolífera flutuante mais avançada do mundo, opera em uma profundidade de aproximadamente 2.450 metros e permite o desenvolvimento de três campos - Great White, Tobago e Prateadas. 

Os números que envolvem Perdido são gigantes assim como sua estrutura. Foram utilizados 18 mil toneladas de aço somente na metade da barra de sustentação do deck e sua altura é quase do tamanho da Torre Eiffel. A produção chega a cerca de 100 mil barris de óleo e 61 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

O vídeo mostra animações bem elaboradas e com bastante clareza todos os 6 obstáculos que o mundo da engenharia de petróleo ultrapassou e que permitiram a construção da maior plataforma do mundo.

1° - Água - Evolução dos métodos de perfuração em lâminas d'águas cada vez maiores.

2° -  Fundação - Características dos pilares de sustentação das plataformas. Substituição das estruturas de madeira, pelo aço. Utilização de âncoras de sucção acionadas com a ajuda de ROV.

3° - Estabilidade - Em mares violentos, como o Mar do Norte, pilares de aço não resistem à força das ondas e flexionam os mesmos até a ruptura. Os pilares de aço são substituídos pelos de concreto.

4° - Montagem - Durante a ancoragem em águas profundas, nem sempre a ajuda humana pode ser dispensada pelos robores (ROV). É necessário anos de treinamento para os mergulhadores que ocupam um dos trabalhos mais perigosos do mundo.

5° -  Flutuabilidade - Plataformas flutuantes são a melhor maneira de explorar em grandes profundidades. 

6° - Fogo - Os incêndios que são resultados de erros mínimos enfraquecem o aço dos pilares, resultando no tombo da plataforma, além dos prejuízos ambientais e humanos.


O documentário produzido em 2009 finaliza dizendo que Perdido é a plataforma que perfurou mais profundamente, 4 anos depois, com as descobertas do Pré-Sal, a Petrobras se torna a pioneira em produção de petróleo em águas ultra-profundas chegando até 7 mil metros, um pouco mais que o dobro que a Plataforma Perdido Spar opera.

Um novo modelo exploratório com tecnologia mais resistente à corrosão, pressão e temperatura estão sendo desenvolvidas para extrair este óleo que ocupa uma faixa de cerca de 800 km de extensão.

Em Outubro acontecerá o 1° leilão na área de Libra da camada do pré-sal, sob as cláusulas da nova lei 12.351 de 2010. No novo modelo de partilha da produção, as empresas se comprometem a oferecer à União participação no volume de petróleo produzido no campo.




Fonte: National Geographic, Site da Shell, Petrobras.





quarta-feira, 15 de maio de 2013

Dou-lhe 1, Dou-lhe 2, Dou-lhe 345 milhões de reais!

Após quase cinco anos sem fazer nenhum leilão, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) abriu ontem (14/05/13) no Rio de Janeiro a 11° rodada de licitações para exploração de petróleo em blocos de terra e mar. 

Foram leiloados 289 blocos, equivalente a 155,8 mil quilômetros quadrados de área distribuídos por 11 bacias entre o Espírito Santo e o Amapá. Deste total, 166 blocos estão no mar, sendo 94 em águas profundas e 72 em águas rasas, os outros 123 blocos restantes estão em terra.




       O volume de petróleo nestes blocos é de mais de 40 bilhões de barris, cujo lucro é estimado em R$1,16 trilhão.

Dentre as empresas que participaram do leilão estão as nacionais Petrobras, OGX, Petra Energia, Ouro Preto, Queiroz Galvão e as estrangeiras Total, BP, BHP Billiton, Galp e BG.

Arrematada!

O maior lance foi feito pelo consórcio formado pela francesa Total, a britânica BP e a Petrobras, por um único bloco na Foz do Amazonas. O valor ofertado foi de R$345,9 milhões.

A Foz do Amazonas está situada em uma região conhecida como margem equatorial. A semelhança geológica com a região costeira do oeste africano, importante área petrolífera, fez dela uma das mais valorizadas do leilão.

A concessão dos oito blocos desta região custaram mais de 750 milhões de reais.

Resultado Final

Com previsão para ser realizada em dois dias, a 11° rodada de petróleo terminou após algumas horas do seu início. Teve uma arrecadação recorde de R$2,8 bilhões, superando o recorde anterior de R$2,1 bilhões arrecadados na 9° rodada em 2007.

Foram arrematados 142 blocos dos 289 ofertados. 

No site da ANP é possível ver os resultados dos vencedores em cada uma das bacias.

O resultado geral da rodada demostrou a grande potência tanto de empresas estrangeiras, como nacionais, incluindo as novatas Ouro Preto e Petra Energia.


As empresas vencedoras terão cinco anos para desenvolver seus projetos e mais trinta para explorar seus campos, segundo a ANP.


A OGX, apesar da sua difícil situação de caixa também demonstrou grande apetite. Na bacia de Barreirinhas, a petrolífera de Eike deu um lance de 80 milhões de reais, mais de 130 vezes o valor mínimo de 588.000 reais estipulado pelo governo, por um bloco em águas rasas.

Protestos e Privatização


Manifestantes fizeram protestos contra o leilão que atraiu interessados de 21 países.

Um abaixo-assinado foi encaminhado a presidenta Dilma Rousseff com o intuito do cancelamento da 11° rodada do petróleo.  

O engenheiro mecânico Paulo Metri explicou ao site Caros Amigos as implicações da lei n.9478/1997, que rege os leilões de petróleo no país, e defende a criação de uma nova legislação, semelhante à lei n. 12351, que assegura a criação de um fundo social a partir dos recursos obtidos com a exploração da camada do pré-sal.

Segundo Metri, desde 1997 várias empresas estrangeiras ganharam blocos no Brasil, descobriram e estão produzindo petróleo, e nenhuma delas contratou uma simples plataforma no país. 

 -  "Estas empresas com blocos no mar, trazem suas plataformas do exterior, o petróleo sai do fundo do mar e já vai para um navio que nem passa pelo território nacional, e as empresas tampouco pagam impostos pela exportação do petróleo. Asseguradas pela Lei Kandir, as empresas só pagam os royalties, que é uma parcela mínima, de 10%, comparado com a lucratividade do setor, que deve ser algo em torno de 45%".

Lei 9478/1997

Criada no governo de FHC, acabou com o monopólio estatal de petróleo, abrindo o mercado para a exploração estrangeira.

Modelo das Concessões - O petróleo é transferido 100% para as empresas e as mesmas possuem total controle sobre as riquezas, bem como sua exportação e abastecimento.

O Petróleo é Nosso!


No final da década de 1940 houve um grande embate no país em torno da questão do petróleo.

Discussões sobre a entrada das multinacionais no Brasil, amparadas pela campanha "O petróleo é nosso" e pela pressão popular, fez com que o Congresso aprovasse a lei n.2004 de 1953, sancionada por Getúlio Vargas, criando nos anos 50, a Petrobras, empresa que deveria exercer o monopólio do petróleo em nome da União.

Hoje, boa parte da empresa está privatizada sobre o controle de grandes acionistas estrangeiros. Os royalties pagos pelas petroleiras não são uma compensação justa ao povo brasileiro, e muitas vezes acabam não sendo revertidos em benefícios à população.

Neste ano ainda está previsto o primeiro leilão do pré-sal, no qual a lei determina que a Petrobras seja a operadora única, com aos menos 30% de participação. 

..... e que o investimento, crescimento e criação de empregos na área petrolífera nacional não fiquem somente à sombra dos 345 milhões de reais...



Fonte: O GloboVeja, Folha de São Paulo, Caros Amigos, Estadão.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Trabalhador... Trabalhador Petroleiro!

No Brasil, a primeira jazida de petróleo explorável comercialmente foi descoberta em 1939, no bairro de Lobato - Salvador/BA. De lá até o recente fenômeno do pré-sal, o mercado se expandiu, se consolidou e criou vários postos de trabalho. 

A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) prevê a geração de 2 milhões de empregos no setor petrolífero até 2020.

Cadê os editais, BR?

Engenharia de Petróleo

O primeiro curso de Engenharia de Petróleo do Brasil foi criado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) em seu Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP) no ano de 1994.

Atualmente, segundo o Guia do Estudante, é possível fazer Engenharia de Petróleo em mais de dez universidades públicas no Brasil, mas existem também faculdades particulares que oferecem o curso. 

Onde Estudar 

O curso tem, em média, duração de cinco anos. Os dois primeiros são com matérias básicas ao curso de engenharia e os três últimos anos é focado em cada especialidade.

A Universidade Petrobras oferece o curso de formação aos aprovados no concurso, condensando os principais conteúdos oferecidos pelos cursos tradicionais nesses últimos três anos de formação.


São estudadas seis grandes áreas: 



  1. Geologia - Explora a formação do petróleo e como localizá-lo.
  2. Reservatórios - Analisa onde o combustível fóssil se deposita e o movimento dos fluidos dentro do reservatório.
  3. Poços - Estuda técnicas de perfuração de poços e equipamentos utilizados.
  4. Elevação e Escoamento - Estuda o escoamento dos fluidos desde o reservatório até a superfície.
  5. Área de Operação - Estuda os equipamentos submarinos de controle da produção e a planta de processamento de fluidos das plataformas. Ligada à prática.
  6. Estudo Econômico - Analisa a viabilidade dos projetos e planeja gastos e ganhos.

Onde Trabalhar

Um engenheiro de petróleo pode trabalhar tanto em escritórios, no setor administrativo, como embarcado, na parte operacional nas plataformas marítimas.

O profissional está habilitado a trabalhar em empresas que atuem nas áreas de exploração, produção e transporte de petróleo e gás natural, refinarias de petróleo, unidades de processamento de gás natural, empresas de engenharia, órgãos governamentais relacionados à indústria do petróleo, bem como em instituições de pesquisa e ensino.

A Rotina de Trabalho

É função deste profissional cuidar do transporte do petróleo e seus derivados desde o local da exploração até as refinarias e petroquímicas, bem como dar o destino correto aos resíduos.

O trabalho do engenheiro de petróleo está sempre ligado à tecnologia. As indústrias de petróleo utilizam softwares e aplicativos para desvendar cálculos e previsões matemáticas necessárias para interpretações geológicas, por isso é importante o engenheiro de petróleo se manter sempre atualizado.

Em sua rotina, os engenheiros de petróleo nunca trabalham sozinhos, o planejamento do número de poços a ser perfurado, a avaliação de sua capacidade, a retirada do óleo, o transporte do mesmo e sua transformação no produto final requer entrosamento das equipes, é uma atividade multidisciplinar e bem dinâmica.

Sem contar com as áreas ambiental, de segurança e economia que se relacionam em tempo integral.

Quanto Ganha

O último edital da Petrobras aberto em 2012.1 trazia como remuneração inicial para o cargo de Engenheiro de Petróleo Junior, o salário básico de R$ 4.414,73 com garantia de remuneração mínima de R$ 6.883,05.

Mais alguns benefícios e a famosa participação nos lucros (PL), o salário se torna bem atrativo.

Concurso Petrobras - Concorrência

É necessário cada vez mais dedicação, consistência e entendimento das disciplinas cobradas pelo edital. O número de inscritos vem crescendo sensivelmente a cada edital, bem como a pontuação mínima para garantir uma vaga na estatal.

No concurso de Maio/2012 foram 8040 inscritos para 69 vagas mais 276 vagas destinadas à formação de cadastro reserva.

Foram chamados até o 87° colocado (até a data de hoje - 03/05/13), os mesmos tiveram rendimento mínimo nas matérias específicas de 82%.

Foco, disciplina e muito estudo são primordiais para garantir o tão sonhado petrograma.



Fonte: Guia de Carreiras , Universidade Estadual do Norte Fluminense , Guia do Estudante , Petrobras.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mais Álcool na Bomba

A partir de 1° de Maio, a quantidade de etanol na mistura da gasolina passará de 20% para 25%.

Esta medida anunciada hoje (23/04) pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, tem como um dos objetivos reduzir a importação de gasolina ao aumentar a oferta de álcool no mercado.

A Petrobras será diretamente beneficiada, já que importa o combustível para misturar ao óleo mais pesado extraído no país, como já foi mais detalhado no post anterior. 

Porém o objetivo principal do anúncio do governo é estimular os produtores a investir mais na produção do biocombustível, que nos últimos anos ficou 'de lado' pela fabricação de açúcar que possui um valor de mercado mais alto.

O Brasil é o maior produtor de açúcar e o segundo maior de etanol. 

O governo zerou a cobrança do PIS/Cofins sobre o etanol, que hoje equivalem a R$0,12 por litro. No entanto, essa redução não garante uma queda no preço do etanol nas bombas.

"O aumento da mistura vai reduzir o preço da gasolina, mas o objetivo da redução do preço do etanol é dar condições para que o setor faça mais investimentos. Ele não vai repassar toda a redução para o preço, deve passar uma parte, mas o objetivo é que o setor tenha margem maior para ampliar a produção, que é o que nos interessa. Pode, futuramente, reduzir o preço pelo aumento da oferta do produto", disse Mantega.

Complementando, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, declarou que será possível aumentar a porcentagem de álcool na gasolina porque há a perspectiva de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar e a produção de etanol neste ano. 

"Este ano a expectativa é produzir 28 bilhões de litros de etanol, contra 23 bilhões do ano passado. É importante para manter uma alternativa para o setor energético", disse Lobão.


Faça a conta!

Para saber com qual combustível vale a pena abastecer, multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o valor for superior ao do etanol, opte pelo álcool. 

Concluindo, não há garantias que o preço do etanol ou gasolina ao consumidor irá cair, muitos brasileiros nem se lembram a última vez que abasteceram com álcool... por enquanto, os incentivos serão apreciados somente pelos usineiros....


Fonte: Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, O Dia, O Globo.




quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Buraco é Mais Embaixo... Além do Pré-Sal.

Esta semana a presidente da Petrobras, Graça Foster, em entrevista ao Canal Livre, afirmou que o Brasil perdeu a autossuficiência em petróleo em 2013.

Mas quais seriam os motivos? 

Realmente já tivemos esta autossuficiência petrolífera?

Pra entender o que está acontecendo, vamos ‘produzir’ bem antes do boom do pré-sal.

Peso Leve x Peso Pesado 

Existem basicamente dois tipos de petróleo: os chamados leves, que produzem maior volume de gasolina, óleo diesel, GLP e nafta, e os pesados, mais densos, bons para fazer asfalto e combustível de máquinas.

No Brasil, o processamento do petróleo pesado requer uma capacidade maior das unidades de refino para que sejam convertidos em combustíveis nobres.

Já a produção de petróleo leve, começou em Urucu. O petróleo da Amazônia é de alta qualidade, sendo o mais leve entre os processados nas refinarias do país. 

O petróleo descoberto no pré-sal também tem uma grande fração de óleo leve.

Mais fácil de ser processado do que o óleo pesado, o petróleo leve torna-se vantajoso na relação custo x benefício.

O governo construiu as refinarias antes que nossas grandes reservas de óleo pesado começassem a ser exploradas, nos anos 90. Por isso, a maior parte das nossas refinarias é configurada para processar óleo leve. 

Contudo, cerca de 70% da nossa produção é de petróleo pesado e a estrutura de refino não é totalmente adequada para o processamento desse tipo de óleo, sendo necessário importar petróleo leve, para aumentar a produção de derivados leves e médios, como gás de cozinha, gasolina, nafta e óleo diesel. 

Compra caro e vende barato 

Exportamos o excedente do nosso petróleo pesado, mas a receita de entrada ainda não é suficiente para cobrir o que gastamos importando petróleo. Isso porque o óleo leve é mais caro, por render derivados nobres e ser mais fácil de refinar.

A depreciação da moeda Real em relação ao Dólar também contribui para manter o preço de venda do nosso barril abaixo da média do mercado internacional. 

Vale lembrar que o barril é vendido em Real e comprado em Dólar.

Tamanho não é documento 

O tamanho das moléculas é o que diferencia um petróleo leve e um pesado. Os mais leves são feitos de cadeias de carbono pequenas, com cerca de 10 átomos. Por isso, eles são bons para extrair gasolina, já que a mesma é formada por cadeias de 7 a 9 átomos de carbono. Já os pesados tem moléculas enormes, com mais de 70 átomos. 

O Instituto Americano do Petróleo utiliza a escala chamada de grau API para indicar a densidade do óleo. Quanto mais leve for o petróleo, mais graus API ele tem.

Os pesados oscilam entre 10-22 °API, os intermediários tem até 30 °API e os mais nobres chegam a 50 °API.

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Após este ‘processamento primário’ podemos entender e responder as perguntas do início do post.

Em 2006, a Petrobras produzia pouco menos de 1,8 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e o consumo de derivados também era nessa faixa. Então, naquele quadro da economia do Brasil, a quantidade consumida era igual à quantidade produzida, o que conferiu ao país, o título de autossuficiente volumétrica do petróleo.

Ao longo destes 7 anos, graças as políticas de inclusão social e ao crescimento da economia brasileira, aumentaram sensivelmente o número de consumidores. Casas onde havia apenas um automóvel passaram a ter no mínimo dois e os agricultores aumentaram as suas áreas agricultáveis, passando a consumir mais diesel. 

Isso tudo colaborou no aumento expressivo pela demanda de gasolina e outros derivados do petróleo.

Até agora esta demanda cresceu 4,9%, enquanto a produção de petróleo ficou em 3,8%, o que gerou uma defasagem.

A perda da autossuficiência

Com isso, o Brasil perde temporariamente a autossuficiência na produção do petróleo, mesmo com a exploração dos campos do pré-sal, que abriu novas perspectivas de riqueza para o país.

Com o aumento do consumo de petróleo, a Petrobras teve que importar mais óleo leve para misturar ao nosso óleo pesado produzido. Porém o governo tem uma política de não repassar as variações do barril de petróleo do mercado internacional para o preço da gasolina, por isso a estatal acaba vendendo petróleo às distribuidoras por um preço defasado, o que influencia na redução de caixa da empresa.

Isto ajuda a explicar os quatro aumentos do diesel, 21,9%, mais 14,9% em dois reajustes na gasolina na refinaria, no primeiro trimestre de 2013.

O gráfico abaixo mostrado no plano de negócios 2013-2017 mostra uma depreciação de 19% contra 8% da oscilação do preço do petróleo por barril no mercado internacional.

Relação entre os preços do petróleo no Brasil e no mercado internacional.



Novos Horizontes e Nova Autossuficiência

A previsão é que em 2014, a Petrobras junto com seus parceiros volte a produzir um volume de óleo igual ao de derivados. Em 2018 vamos parar de importar diesel.

Até 2020, mais 15 plataformas, além das de 2013 e 2014, vão entrar em operação e teremos capacidade de refino de 3,6 milhões de barris de petróleo por dia, com produção de 4,2 milhões.

Aí exportaremos petróleo.... 





Vídeos da entrevista com a Presidente Graça Foster:







Fonte: Zero Hora , Canal Livre, Petrobras, Super Interessante.




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Novo Recorde de Produção da Petrobras

Na última quarta-feira, dia 10, a presidente da Petrobras, Graça Foster, apresentou o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Estatal para investidores e empresários na FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

O investimento neste período será de US$ 236,7 bilhões, mantendo o mesmo nível de investimentos do último plano.

Foster anunciou: "A filosofia do nosso plano é exatamente a mesma do ano passado, com as mesmas prioridades. A prioridade absoluta é a área de Exploração e Produção", ressaltando que 62% (US$ 147,5 bilhões) do total do investimento é em Exploração e Produção.

Os dados abaixo foram extraídos do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 apresentados na FIRJAN.
Dados Contidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, página 12.










Segundo Foster, até 2017, será produzido diariamente mais de 1 milhão de barris de petróleo só no Pré-Sal. 


No dia 7 de abril de 2013 a carga refinada foi de 2,149 milhões de barris, registrando um novo recorde diário de processamento de petróleo nas refinarias do Brasil.

Fonte: www.petrobras.com.br, www.firjan.org.br, fatosedados.blogspetrobras.com.br.