terça-feira, 23 de abril de 2013

Mais Álcool na Bomba

A partir de 1° de Maio, a quantidade de etanol na mistura da gasolina passará de 20% para 25%.

Esta medida anunciada hoje (23/04) pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, tem como um dos objetivos reduzir a importação de gasolina ao aumentar a oferta de álcool no mercado.

A Petrobras será diretamente beneficiada, já que importa o combustível para misturar ao óleo mais pesado extraído no país, como já foi mais detalhado no post anterior. 

Porém o objetivo principal do anúncio do governo é estimular os produtores a investir mais na produção do biocombustível, que nos últimos anos ficou 'de lado' pela fabricação de açúcar que possui um valor de mercado mais alto.

O Brasil é o maior produtor de açúcar e o segundo maior de etanol. 

O governo zerou a cobrança do PIS/Cofins sobre o etanol, que hoje equivalem a R$0,12 por litro. No entanto, essa redução não garante uma queda no preço do etanol nas bombas.

"O aumento da mistura vai reduzir o preço da gasolina, mas o objetivo da redução do preço do etanol é dar condições para que o setor faça mais investimentos. Ele não vai repassar toda a redução para o preço, deve passar uma parte, mas o objetivo é que o setor tenha margem maior para ampliar a produção, que é o que nos interessa. Pode, futuramente, reduzir o preço pelo aumento da oferta do produto", disse Mantega.

Complementando, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, declarou que será possível aumentar a porcentagem de álcool na gasolina porque há a perspectiva de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar e a produção de etanol neste ano. 

"Este ano a expectativa é produzir 28 bilhões de litros de etanol, contra 23 bilhões do ano passado. É importante para manter uma alternativa para o setor energético", disse Lobão.


Faça a conta!

Para saber com qual combustível vale a pena abastecer, multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o valor for superior ao do etanol, opte pelo álcool. 

Concluindo, não há garantias que o preço do etanol ou gasolina ao consumidor irá cair, muitos brasileiros nem se lembram a última vez que abasteceram com álcool... por enquanto, os incentivos serão apreciados somente pelos usineiros....


Fonte: Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, O Dia, O Globo.




quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Buraco é Mais Embaixo... Além do Pré-Sal.

Esta semana a presidente da Petrobras, Graça Foster, em entrevista ao Canal Livre, afirmou que o Brasil perdeu a autossuficiência em petróleo em 2013.

Mas quais seriam os motivos? 

Realmente já tivemos esta autossuficiência petrolífera?

Pra entender o que está acontecendo, vamos ‘produzir’ bem antes do boom do pré-sal.

Peso Leve x Peso Pesado 

Existem basicamente dois tipos de petróleo: os chamados leves, que produzem maior volume de gasolina, óleo diesel, GLP e nafta, e os pesados, mais densos, bons para fazer asfalto e combustível de máquinas.

No Brasil, o processamento do petróleo pesado requer uma capacidade maior das unidades de refino para que sejam convertidos em combustíveis nobres.

Já a produção de petróleo leve, começou em Urucu. O petróleo da Amazônia é de alta qualidade, sendo o mais leve entre os processados nas refinarias do país. 

O petróleo descoberto no pré-sal também tem uma grande fração de óleo leve.

Mais fácil de ser processado do que o óleo pesado, o petróleo leve torna-se vantajoso na relação custo x benefício.

O governo construiu as refinarias antes que nossas grandes reservas de óleo pesado começassem a ser exploradas, nos anos 90. Por isso, a maior parte das nossas refinarias é configurada para processar óleo leve. 

Contudo, cerca de 70% da nossa produção é de petróleo pesado e a estrutura de refino não é totalmente adequada para o processamento desse tipo de óleo, sendo necessário importar petróleo leve, para aumentar a produção de derivados leves e médios, como gás de cozinha, gasolina, nafta e óleo diesel. 

Compra caro e vende barato 

Exportamos o excedente do nosso petróleo pesado, mas a receita de entrada ainda não é suficiente para cobrir o que gastamos importando petróleo. Isso porque o óleo leve é mais caro, por render derivados nobres e ser mais fácil de refinar.

A depreciação da moeda Real em relação ao Dólar também contribui para manter o preço de venda do nosso barril abaixo da média do mercado internacional. 

Vale lembrar que o barril é vendido em Real e comprado em Dólar.

Tamanho não é documento 

O tamanho das moléculas é o que diferencia um petróleo leve e um pesado. Os mais leves são feitos de cadeias de carbono pequenas, com cerca de 10 átomos. Por isso, eles são bons para extrair gasolina, já que a mesma é formada por cadeias de 7 a 9 átomos de carbono. Já os pesados tem moléculas enormes, com mais de 70 átomos. 

O Instituto Americano do Petróleo utiliza a escala chamada de grau API para indicar a densidade do óleo. Quanto mais leve for o petróleo, mais graus API ele tem.

Os pesados oscilam entre 10-22 °API, os intermediários tem até 30 °API e os mais nobres chegam a 50 °API.

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Após este ‘processamento primário’ podemos entender e responder as perguntas do início do post.

Em 2006, a Petrobras produzia pouco menos de 1,8 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e o consumo de derivados também era nessa faixa. Então, naquele quadro da economia do Brasil, a quantidade consumida era igual à quantidade produzida, o que conferiu ao país, o título de autossuficiente volumétrica do petróleo.

Ao longo destes 7 anos, graças as políticas de inclusão social e ao crescimento da economia brasileira, aumentaram sensivelmente o número de consumidores. Casas onde havia apenas um automóvel passaram a ter no mínimo dois e os agricultores aumentaram as suas áreas agricultáveis, passando a consumir mais diesel. 

Isso tudo colaborou no aumento expressivo pela demanda de gasolina e outros derivados do petróleo.

Até agora esta demanda cresceu 4,9%, enquanto a produção de petróleo ficou em 3,8%, o que gerou uma defasagem.

A perda da autossuficiência

Com isso, o Brasil perde temporariamente a autossuficiência na produção do petróleo, mesmo com a exploração dos campos do pré-sal, que abriu novas perspectivas de riqueza para o país.

Com o aumento do consumo de petróleo, a Petrobras teve que importar mais óleo leve para misturar ao nosso óleo pesado produzido. Porém o governo tem uma política de não repassar as variações do barril de petróleo do mercado internacional para o preço da gasolina, por isso a estatal acaba vendendo petróleo às distribuidoras por um preço defasado, o que influencia na redução de caixa da empresa.

Isto ajuda a explicar os quatro aumentos do diesel, 21,9%, mais 14,9% em dois reajustes na gasolina na refinaria, no primeiro trimestre de 2013.

O gráfico abaixo mostrado no plano de negócios 2013-2017 mostra uma depreciação de 19% contra 8% da oscilação do preço do petróleo por barril no mercado internacional.

Relação entre os preços do petróleo no Brasil e no mercado internacional.



Novos Horizontes e Nova Autossuficiência

A previsão é que em 2014, a Petrobras junto com seus parceiros volte a produzir um volume de óleo igual ao de derivados. Em 2018 vamos parar de importar diesel.

Até 2020, mais 15 plataformas, além das de 2013 e 2014, vão entrar em operação e teremos capacidade de refino de 3,6 milhões de barris de petróleo por dia, com produção de 4,2 milhões.

Aí exportaremos petróleo.... 





Vídeos da entrevista com a Presidente Graça Foster:







Fonte: Zero Hora , Canal Livre, Petrobras, Super Interessante.




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Novo Recorde de Produção da Petrobras

Na última quarta-feira, dia 10, a presidente da Petrobras, Graça Foster, apresentou o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Estatal para investidores e empresários na FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

O investimento neste período será de US$ 236,7 bilhões, mantendo o mesmo nível de investimentos do último plano.

Foster anunciou: "A filosofia do nosso plano é exatamente a mesma do ano passado, com as mesmas prioridades. A prioridade absoluta é a área de Exploração e Produção", ressaltando que 62% (US$ 147,5 bilhões) do total do investimento é em Exploração e Produção.

Os dados abaixo foram extraídos do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 apresentados na FIRJAN.
Dados Contidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, página 12.










Segundo Foster, até 2017, será produzido diariamente mais de 1 milhão de barris de petróleo só no Pré-Sal. 


No dia 7 de abril de 2013 a carga refinada foi de 2,149 milhões de barris, registrando um novo recorde diário de processamento de petróleo nas refinarias do Brasil.

Fonte: www.petrobras.com.br, www.firjan.org.br, fatosedados.blogspetrobras.com.br.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Mar em Fúria

Mais de 90% da produção de petróleo e gás natural no Brasil vem das atividades offshore, e agora com a descoberta da Camada do Pré-Sal esta porcentagem aumentará sensivelmente.

Plataforma de Gás no Mar do Norte






Trabalhar embarcado pode ter seus benefícios... aposentadoria mais cedo, altos salários... mas até que ponto o prazer de um dia bem vivido e de uma noite bem dormida vale os desafios impostos pela natureza em uma plataforma de petróleo em alto mar?


Os plataformistas que embarcam nesta jornada merecem respeito e o reconhecimento não só do mercado petrolífero mas também de toda a sociedade, afinal eles são responsáveis direta ou indiretamente pelo desenvolvimento e crescimento da nossa economia e do país.


Os vídeos abaixo foram retirados do youtube e retratam o que estes homens do mar passam em dias não tão ensolarados assim...

Mar em fúria!!!

Mar do Norte



Mar do Norte



Campo de Veslefrikk - Noruega



Mar Mediterrâneo - Navio Sonda a serviço do consórcio Petrobras/ Nippon/ ONC




Fonte: Youtube