quarta-feira, 6 de março de 2013

Plataformas ao Mar!

Este final de semana estive em Aracaju e qual foi minha surpresa ao passar pela praia de Atalaia e ver vários pontos pretos (não tão pequenos) no horizonte do mar... me lembrei dos cenários dos filmes de contato de 3° grau em que os alienígenas chegam em massa para dominar a Terra... 


Mas sem tanta imaginação, aqueles pontos eram plataformas de petróleo!

Logo ali, à vista e ‘decorando’ a orla da capital sergipana.

Fiquei curiosa em saber o motivo de ter tantas tão perto uma das outras e qual seria o tipo de extração que era feita ali. Nasceu então este post que agora descrevo =D

Aracaju é a capital do menor estado brasileiro, Sergipe. Possui 571.149 habitantes, segundo dados do IBGE de 2010 (não achei fontes mais recentes), solos indiscriminados de mangue e ocorrência minerais como: areia, argila, petróleo, sais de potássio, magnésio, salgema, calcário e granito.

Saindo um pouco da 'direção da perfuração', mangue ou manguezal é um tipo de solo muito mole e rico em matéria orgânica em decomposição. Como consequência, estes solos são pobres em oxigênio, que é totalmente retirado por bactérias que o utilizam para decompor a matéria orgânica.

Como o oxigênio está sempre em falta nos solos do mangue, as bactérias se utilizam também do enxofre para processar a decomposição.

Todas estas características da geologia do solo sergipano formam um cenário perfeito e fundamental para o início da cadeia de processos que leva à formação do petróleo.

Vale lembrar também que o mangue é composto por plantas lenhosas e o processo atuante sobre esta matéria orgânica vegetal poderá ter como consequência a geração de hidrocarbonetos gasosos.

Mas vamos voltar às plataformas que neste post possui um  °API maior  =)

No total são 26 plataformas marítimas que operam com poços produtores de petróleo e gás ou poços injetores, o que sustenta Sergipe na posição do 4° maior estado produtor de Petróleo do Brasil. 

Plataformas vistas da praia de Atalaia.

A maior parte destas unidades são plataformas fixas, auto-eleváveis e submersíveis produzindo principalmente petróleo leve e gás natural.








As plataformas estão a uma distância de aproximadamente 10 km da praia. 


A perfuração destes poços é feita tanto verticalmente quanto de forma direcional, como na zona produtora de Carmópolis (um dos maiores campos produtores onshore da Petrobras), onde a estatal executou poços direcionais para ir buscar petróleo a mais de 600 metros abaixo de igrejas e cemitérios particulares.



Redonda como a Terra

Em 2007 entrou em operação no mar sergipano a primeira plataforma redonda do mundo, a SSP-Piranema.

A SSP-Piranema foi construída em 2006 no estaleiro Yantai Raffles (China), sua estrutura de aço possui 27 metros de altura, 60 metros de diâmetro e pesa 7500 toneladas. Foi encomendada pela empresa norueguesa Sevan Marine e ficará alugada à Petrobras pelo prazo de 11 anos.

A plataforma foi  instalada em lâmina d'água  de 1,1 mil metros e tem capacidade para produzir 30 mil barris por dia de óleo e 3,6 milhões de metros cúbicos/dia de gás, segundo o gerente da Unidade da Petrobras Sergipe-Alagoas (UN-Seal), Eugênio Dezan.

O diferencial desta plataforma com seu casco cilíndrico e duplo é que ela possui maior estabilidade, podendo suportar condições adversas de mar. Ela está interligada a seis poços (três produtores e três injetores) e produz um óleo leve, considerado de excelente qualidade, com 43° API.

 

Etapas da construção e transporte da SSP-Piranema.

A Plataforma Piranema aumentou em 60% a capacidade de produção de Sergipe e foram investidos quase US$ 1 bilhão da Petrobras na sua construção.





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