quarta-feira, 20 de março de 2013

E Haja Pressão!!!



Sem ela seria impossível a descoberta do fluido que move a economia em todo o mundo.

No universo do petróleo temos duas importantes pressões: a de poros e a da formação, mas antes de chegar neste ponto em questão, vou fazer uma rápida ‘elevação’ dos conceitos teóricos da pressão.

Por definição, a pressão P que uma força F exerce sobre uma superfície S de área A é obtida dividindo-se o módulo da componente normal de F em relação à S por A.


Teorema de Stevin

Também conhecido como Lei Fundamental da Hidrostática diz que:

“A diferença de pressão entre dois pontos de um líquido homogêneo em equilíbrio sob a ação da gravidade é calculada pelo produto da massa específica do líquido pelo módulo da aceleração da gravidade no local e pelo desnível entre os pontos considerados”.

Ou seja, é graças a esta diferença de pressão entre as cotas que o fluido pode ser bombeado ou exsudado até a superfície.

Como consequência do teorema de Stevin, concluímos que todos os pontos de um líquido em equilíbrio e situado num mesmo nível horizontal, possuem a mesma pressão, constituindo uma região isobárica.

Os Pontos 1 e 2 possuem a mesma pressão.


Teorema de Pascal

“Um incremento de pressão comunicado a um ponto qualquer de um líquido incompressível em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes do recipiente”.


Com o teorema de Pascal fica fácil concluir que todos os pontos de um líquido em equilíbrio exposto à atmosfera ficam submetidos à pressão atmosférica.

Pressão Atmosférica

É igual o peso que o ar exerce sobre a superfície da Terra.
É aferida pelo Barômetro.

              
Ao nível do mar seu valor é:


Pressão Hidrostática (ou efetiva ou relativa)

É a pressão exercida exclusivamente pela camada líquida que sobrepõe a um referindo ponto.
É aferida pelo aparelho de medição Manômetro.


Pressão Absoluta
É a soma da pressão atmosférica (transmitida até um ponto em questão) com a pressão exercida pela coluna líquida acima deste ponto.




Após este “processamento primário” e com as principais definições de pressão ‘separadas’ vou voltar à linguagem petrolífera.

Pressão de Poro = É a pressão do fluido contido nos espaços porosos da rocha. Ela será em função da massa específica do fluido da formação e de cargas que estejam suportando. 


Pressão de Fratura = É a pressão que leva à falha da rocha por tração, devido ao alto ou baixo peso do fluido.

Para manter a integridade do poço, durante a perfuração, a pressão exercida pelo fluido de perfuração deve ser mantida dentro de uma janela de operacão, com a pressão de poros sendo o limite inferior e a pressão de fratura o limite superior desta janela.

Operar dentro desta janela de operação é de extrema importância, pois torna controlável o risco da prisão da coluna por diferencial de pressão, ocorrência de kicks, desmoronamento das paredes do poço ou perda do fluido de perfuração para as formações.

Em poços cuja perfuração esteja em estado OVERBALANCE e sem gás percolado no fluido de perfuração, podemos afirmar que a pressão do revestimento (medida na cabeça do poço) deve ser equivalente à da pressão hidrostática da coluna de perfuração.

Poços em estado UNDERBALANCE possuem a pressão da formação maior que a pressão da coluna de perfuração, havendo uma produção de kick de maneira controlada.

“Vou botar pressão mamãe!”

Ao se retirar a coluna de perfuração do poço, o volume de aço retirado deve ser substituído por um volume equivalente de lama, mantendo a pressão hidrostática no fundo do poço.

Um abastecimento incorreto do poço durante esta manobra pode ocasionar kicks (fluxo controlável) e até blowouts (fluxo incontrolável).

Quando a coluna de perfuração é retirada do poço são criadas pressões negativas, chamadas de pistoneio, que reduzem a pressão hidrostática no fundo do poço.

O decréscimo de pressão hidrostática criada por perda de fluido de circulação pode permitir a entrada de fluido da formação. Esta diminuição da pressão efetiva também pode gerar uma cimentação inadequada na etapa da completação do poço.

Para manter o poço em equilíbrio é fundamental o monitoramento da pressão da formação. 

Existem inúmeras causas que podem criar formações de pressões anormais, como movimentos ascendentes das rochas, movimentos tectônicos e compactação. Para isso foram desenvolvidas técnicas especiais que permitem a sua detecção e avaliação, tais como análise dos cascalhos, perfilagem, parâmetros dos fluidos de perfuração, etc.

O controle das pressões de formação permite perfurar o poço com taxa de penetração mais alta, segurança e economia.

Fontes: Fundamentos da Engenharia de Petróleo, Tópicos de Física 1, Prof.° Luiz Eduardo Trindade.







sexta-feira, 15 de março de 2013

Bons Fluidos


Nas atividades petrolíferas, os fluidos de perfuração tem a mesma importância que o sangue em nosso corpo, ou seja, são fundamentais!

Eu adoro correlacionar a linguagem complexa do petróleo com a simplicidade do nosso cotidiano, isso torna meu aprendizado mais fácil e acabo fixando os assuntos com maior qualidade.

Nas minhas pesquisas sobre os fluidos de perfuração encontrei uma citação do geólogo Eugênio Pereira que deve ‘sofrer’ da mesma mania que eu... sua descrição sobre os fluidos ao meu ver se transformou em uma verdadeira poesia..

 “O fluido de perfuração é como o sangue: flui, transporta, cicatriza, transmite força, estabiliza as pressões internas, enfim, perpassa todas as etapas da sondagem como se fosse a extensão viva do ato de perfurar.”

Precisa de mais alguma explicação? Hehehe

Voltando a parte acadêmica da coisa, fluido de perfuração ou lama de perfuração (que os químicos não nos ouçam!) é uma mistura complexa de sólidos, líquidos e até mesmo de gases, podendo assumir aspectos de suspensão, emulsão ou dispersão coloidal. Assumem também comportamentos de fluidos não-newtonianos, ou seja, a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação não é constante.

Pelas veias do sistema

Os fluidos são injetados por bombas, passando pelo interior da coluna de perfuração através da cabeça de injeção (swivel) e saindo pelos jatos da broca, incidindo diretamente sobre a rocha. Retorna à superfície pelo espaço anular, chegando até a peneira vibratória, para a separação dos sólidos perfurados, após esta etapa o fluido é resfriado e passa por tratamentos específicos, para ser novamente reutilizado.

Percurso do Fluido de Perfuração durante a perfuração de um poço.

Funções
Vou resumir em três funções vitais: 
  1. Limpar o fundo do poço carreando os cascalhos gerados pela broca até a superfície.
  2.   Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a estabilizar as paredes do poço e evitar influxos indesejados de fluidos (kicks).
  3.  Resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca.


 Aferindo a Pressão

Para manter a estabilidade do poço é preciso ficar de olho na Pressão Histrostática (do fluido) e na Pressão da Formação (do reservatório).



* Ph = Pf => Equilíbrio desejável, mas perigoso.
* Ph < Pf => Podem ocorrer desmoronamentos, estreitamento do furo e kick.
* Ph > Pf => Situação normal para estabilização do furo.
* Ph >> Pf => Danos à formação pelo excesso de pressão do fluido, o reservatório absorve o fluido, podendo ocorrer fraturamento da formação e fugas de fluido com perdas de circulação.


“Fator Rh+”

Além das funções que os fluidos devem desempenhar, eles ainda devem satisfazer as seguintes características:
  • Ser estável quimicamente.
  • Estabilizar as paredes do poço.
  • Facilitar a separação dos cascalhos em superfícies.
  • Manter os sólidos em suspensão.
  • Aceitar qualquer tratamento físico e químico.
  • Apresentar baixa taxa de corrosão e abrasão.
  • Facilitar interpretações geológicas do material retirado do poço.
  • Ser tixotrópico, isto é, o fluido assume um estado de semi-rigidez quando parado (parecido com um gel) e retorna a fluidez quando posto novamente em movimento.
Esta última característica é fundamental para manter os cascalhos em suspensão quando a atividade de perfuração estiver pausada, evitando que eles decantem no fundo do poço novamente.


“Tipos Sanguíneos”

Os fluidos de perfuração são classificados de acordo com o seu constituinte principal.

Base Água
A água será a fase contínua do fluido e pode ser:
- doce (salinidade < 1000 ppm NaCl )
- salgada (salinidade > 1000 ppm NaCl)
- dura (rica em Cálcio e Magnésio)

Quando escolher o Fluido à base de água?
-Disponibilidade
-Custo de transporte e tratamento
-Geologia das formações a serem perfuradas
-Composição química dos aditivos do fluido
-Equipamentos e técnicas a serem utilizadas na avaliação das formações.

Os fluidos à base de água são divididos em:
-Fluidos não-inibidos = empregado na perfuração das camadas mais superficiais, composta na maioria das vezes de sedimentos inconsolidados (que não sofreram muita compactação).

-Fluidos inibidos = utilizados para perfurar rochas com elevado grau de atividade na presença de água doce.

Grau de atividade - Uma rocha é dita ativa quando interage quimicamente com água, tornando-se plástica, expansível ou até mesmo solúvel.

Água mole em pedra argilosa tanto bate até que incha!

Em reservatórios com presença de argila, deve-se evitar perfurar com fluido a base de água, pois a argila incha na presença de água e consequentemente o espaço poroso diminui podendo causar a perda de circulação do poço.

Base Óleo
Devido ao alto custo inicial e grau de poluição, são empregados com menor frequência do que os fluidos à base de água.

Características do fluido à base de óleo:
- Grau de inibição elevado em relação a rochas ativas.
- Baixíssima taxa de corrosão.
- Propriedades controláveis na faixa de 170°C até 260° C.
- Grau de lubricidade elevado.
- Amplo intervalo de densidades 0,89 a 2,4.
- Baixíssima solubilidade de sais orgânicos.

Estas características conferiram excelentes resultados na perfuração dos seguintes poços:
- Poços HPHT (alta pressão e alta temperatura).
- Formações de folhelhos argilosos e plásticos.
- Formações salinas de halita (quando o poço não estiver contido numa área de preservação ambiental que proíbe o uso de fluidos sintéticos).
- Poços direcionais, delgados ou de longo afastamento.
- Formações com baixa pressão de poros ou de fratura (Próximo Post!).

Algumas desvantagens do fluido à base de óleo em relação ao fluido à base de água:
- Dificuldade de detecção de gás no poço devido a sua solubilidade na fase contínua.
- Menores taxas de penetração.
- Maior grau de poluição.
- Dificuldade de combater a perda de circulação.
- Maior custo inicial.

Base Ar
Na perfuração com fluidos à base de ar, o gás ou ar, como todo ou parte, é usado como fluido circulante na perfuração rotativa e possuem aplicação em alguns cenários que exijam a aplicação de fluidos de baixas densidades.

Aplicações do fluido à base de ar:
- Zonas com perda de circulação severa.
- Formações com pressões muito baixas ou susceptíveis a danos.
- Formações muito duras, como basalto.
- Regiões de escassez de água ou glaciais.
- Limitado a formações que não produzam água ou óleo.



Fontes: Fundamentos da Engenharia de Petróleo, Prof°. Luiz Eduardo Trindade, Prof°. Ana Catarina.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Novo Concurso da Petrobras no 2° Semestre

Enfim veio a notícia que estava tanto aguardando!

Foi divulgada nesta terça-feira (12/03) no site da Folha Dirigida pelo gerente de Gestão do Efetivo da Petrobrás, Lairton Corrêa de Souza que a estatal já prepara um novo concurso que, provavelmente, será divulgado no segundo semestre de 2013.

O Gerente ainda disse que até junho deste ano, 1700 candidatos aprovados em seleções anteriores serão convocados.
Então ainda existe esperança daqueles engenheiros de petróleo que ainda não receberam o PetroGold serem contemplados. (Seria uma excelente notícia!)

Como acontece sempre a cada período que antecede o lançamento do edital, cada área da companhia está estudando suas necessidades de pessoal. Após a finalização destes estudos, a Petrobras abrirá um novo concurso público, explicou também Souza.

A previsão é que as vagas contemplem tanto os cargos de nível médio quanto de nível superior, sendo os cargos com maior demanda os de atividades dim da empresa, como operador de refinaria, técnico de manutenção, engenheiros, geólogos e geofísicos.

Outra boa notícia é que a Cesgranrio continuará sendo a organizadora do concurso, segundo o Gerente. (=D)

Salários
A garantia de remuneração mínima para os cargos de nível médio, como técnicos de operação ou de manutenção é de R$3.132,34, já para os engenheiros , geólogos e geofísicos (funções de nível superior) a expectativa é de ganho mínimo de R$7.444,71. 

Sem desânimos!!!

Foco, Disciplina e Perseverança!

Fonte: Folha Dirigida, www.ibahia.com










sexta-feira, 8 de março de 2013

A Lei de Darcy e as Mulheres

Já havia feito um post sobre o progresso da mulher nos setores considerados masculinos no mercado de trabalho, mas como hoje, 08/03,  é o dia que fundamentalmente foi criado para lembrar a nós e a toda a sociedade dos direitos de igualdade e respeito ao gênero feminino; como uma homenagem ao dia das mulheres fui pesquisar um pouco mais sobre os nossos direitos e funções dentro da Petrobras.

Então, será que nossa versatilidade realmente favorece o fluxo em um meio com porosidade tão masculina?

Eu quero MUITO me vestir um dia assim!

Desde 2003, o crescimento da participação feminina na Petrobras foi de 120%, enquanto a taxa de participação masculina cresceu somente a metade, 60%.

Naquele ano, as mulheres totalizavam 4.406 do efetivo de empregados da empresa, após nove anos e com a retomada dos concursos públicos, este número hoje totaliza 9.652, com cerca de 65% destas com nível superior.

Dados da Área de Recursos Humanos apontam um total de 1.104 mulheres com cargos de gerência de um total de 6.563 gerentes da Petrobras.

Estes dados também apontam que o número de mulheres está cada vez mais proporcional nos setores cuja atuação era de predomínio masculino, como nas áreas de exploração e produção, abastecimento, pesquisa e engenharias.

Estes resultados puderam ser facilmente verificados em Fevereiro de 2012, quando Maria das Graças Foster assumiu a presidência da Petrobras, fazendo história na empresa por ser a primeira mulher a ocupar tal cargo.

Graça Foster, como é conhecida, é engenheira química pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestra em Engenharia de Fluidos e Pós-graduada em Engenharia Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui  também mestrado  em Administração de Empresas em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ). 

Graça Foster - A primeira mulher do mundo a presidir uma companhia petrolífera.

Empregada de carreira há 32 anos, na companhia desempenhou as mais diversas funções, inclusive na perfuração de poços, uma atividade sempre conduzida por homens.

No ato de sua posse, ela declarou "fidelidade incondicional" à empresa. (Delicadeza intrínseca as mulheres)

Igualdade significa negócios!

Em Junho de 2010, a Petrobras anunciou a adesão aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, propostos pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e pelo Pacto Global das Nações Unidas.

Este documento contem sete princípios que fornecem à empresa orientações práticas com o objetivo de proporcionar condições igualitárias de gênero para que as mulheres participem plenamente da vida econômica no ambiente de trabalho, no mercado e na comunidade.

Os Sete Princípios de Empoderamento das Mulheres são:

1. Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero;
2. Tratar todas as mulheres e homens de maneira justa no trabalho - respeitar e apoiar direitos humanos e não discriminação;
3. Assegurar saúde, segurança e bem-estar a todos, trabalhadoras e trabalhadores, mulheres e homens;
4. Promover educação, treinamento e desenvolvimento profissional para as mulheres;
5. Implementar desenvolvimento empresarial e práticas de cadeia de suprimentos e marketing que empoderem as mulheres;
6. Promover igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa;
7. Medir e publicamente relatar o progresso no alcance da igualdade de gênero.

Reforçando este compromisso, a Petrobras desenvolveu iniciativas como a instalação de salas de apoio à amamentação em unidades da companhia, a ampliação do período de licença-maternidade para 180 dias e a realização dos Encontros Regionais para o Fortalecimento da Equidade de Gênero.

Analogicamente, as mulheres em um leito de curto percurso (período curto de tempo), podem ser comparadas ao fluido newtoniano, em que as partículas se distribuem de forma homogênea, permitindo a formação de canais de escoamentos contínuos (aperfeiçoamento da qualidade de serviço e distribuição igualitária dos cargos dentro da empresa), o que otimiza a Lei de Darcy que rege o fluxo no meio poroso (meio masculino), aumentando consideravelmente o escoamento do fluido (progresso das mulheres).






quarta-feira, 6 de março de 2013

Plataformas ao Mar!

Este final de semana estive em Aracaju e qual foi minha surpresa ao passar pela praia de Atalaia e ver vários pontos pretos (não tão pequenos) no horizonte do mar... me lembrei dos cenários dos filmes de contato de 3° grau em que os alienígenas chegam em massa para dominar a Terra... 


Mas sem tanta imaginação, aqueles pontos eram plataformas de petróleo!

Logo ali, à vista e ‘decorando’ a orla da capital sergipana.

Fiquei curiosa em saber o motivo de ter tantas tão perto uma das outras e qual seria o tipo de extração que era feita ali. Nasceu então este post que agora descrevo =D

Aracaju é a capital do menor estado brasileiro, Sergipe. Possui 571.149 habitantes, segundo dados do IBGE de 2010 (não achei fontes mais recentes), solos indiscriminados de mangue e ocorrência minerais como: areia, argila, petróleo, sais de potássio, magnésio, salgema, calcário e granito.

Saindo um pouco da 'direção da perfuração', mangue ou manguezal é um tipo de solo muito mole e rico em matéria orgânica em decomposição. Como consequência, estes solos são pobres em oxigênio, que é totalmente retirado por bactérias que o utilizam para decompor a matéria orgânica.

Como o oxigênio está sempre em falta nos solos do mangue, as bactérias se utilizam também do enxofre para processar a decomposição.

Todas estas características da geologia do solo sergipano formam um cenário perfeito e fundamental para o início da cadeia de processos que leva à formação do petróleo.

Vale lembrar também que o mangue é composto por plantas lenhosas e o processo atuante sobre esta matéria orgânica vegetal poderá ter como consequência a geração de hidrocarbonetos gasosos.

Mas vamos voltar às plataformas que neste post possui um  °API maior  =)

No total são 26 plataformas marítimas que operam com poços produtores de petróleo e gás ou poços injetores, o que sustenta Sergipe na posição do 4° maior estado produtor de Petróleo do Brasil. 

Plataformas vistas da praia de Atalaia.

A maior parte destas unidades são plataformas fixas, auto-eleváveis e submersíveis produzindo principalmente petróleo leve e gás natural.








As plataformas estão a uma distância de aproximadamente 10 km da praia. 


A perfuração destes poços é feita tanto verticalmente quanto de forma direcional, como na zona produtora de Carmópolis (um dos maiores campos produtores onshore da Petrobras), onde a estatal executou poços direcionais para ir buscar petróleo a mais de 600 metros abaixo de igrejas e cemitérios particulares.



Redonda como a Terra

Em 2007 entrou em operação no mar sergipano a primeira plataforma redonda do mundo, a SSP-Piranema.

A SSP-Piranema foi construída em 2006 no estaleiro Yantai Raffles (China), sua estrutura de aço possui 27 metros de altura, 60 metros de diâmetro e pesa 7500 toneladas. Foi encomendada pela empresa norueguesa Sevan Marine e ficará alugada à Petrobras pelo prazo de 11 anos.

A plataforma foi  instalada em lâmina d'água  de 1,1 mil metros e tem capacidade para produzir 30 mil barris por dia de óleo e 3,6 milhões de metros cúbicos/dia de gás, segundo o gerente da Unidade da Petrobras Sergipe-Alagoas (UN-Seal), Eugênio Dezan.

O diferencial desta plataforma com seu casco cilíndrico e duplo é que ela possui maior estabilidade, podendo suportar condições adversas de mar. Ela está interligada a seis poços (três produtores e três injetores) e produz um óleo leve, considerado de excelente qualidade, com 43° API.

 

Etapas da construção e transporte da SSP-Piranema.

A Plataforma Piranema aumentou em 60% a capacidade de produção de Sergipe e foram investidos quase US$ 1 bilhão da Petrobras na sua construção.





sexta-feira, 1 de março de 2013

And the Oscar goes to... Coronel Drake!


Aproveitando a semana da premiação americana entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, vou homenagear Edwin Laurentine Drake como grande vencedor da categoria 'Inventor Inovador'!

Mas quem é esse Coronel e qual seria sua grande invenção?

Coronel Drake.

Nascido em Nova Iorque em 29 de março de 1819, Coronel Drake como ficou conhecido, hoje é
considerado o pai da indústria do petróleo.  

Criado em uma família de fazendeiros, viveu até a juventude na região de Castleton Corners e estudou nas escolas locais. Aos 19 anos saiu de casa para trabalhar em ferrovias (New York & New Haven Railroad) como escriturário, mensageiro e maquinista de trem. Casou-se com Philena Adams, que morreu dando à luz a seu segundo filho em 1854. Três anos depois se casou novamente com Laura Dowd.

Ainda em 1857, Drake conheceu James Townsend, empresário criador da Seneca Oil Company que explorava o petróleo nas exsudações encontradas em Titusville, Pensilvânia.

Interessado pela companhia, Drake comprou algumas ações da Seneca Oil. Nesta mesma época foi contratado por Townsend para inspecionar a terra e contratar trabalhadores em Titusville, ganhando para isso mil dólares anuais.

 Para impressionar a população local, Townsend escrevia a Drake tratando-o pelo título de "Coronel".

Drake percebendo que a mineração de petróleo era muito lenta a partir das exsudações naturais, pensou em cavar o solo para acelerar o processo.

Lei do engano! As escavações eram facilmente inundadas por água.

Por fim teve a ideia de utilizar a técnica desenvolvida na exploração das minas de sal, que consistia em abrir um furo batendo no solo com uma ferramenta suspensa da extremidade de um cabo.

Foram feitas várias tentativas de extração de óleo do subsolo através da perfuração. Drake lutou com enormes e diversas dificuldades técnicas, chegando mesmo a ser chamado de Drake, o louco.


Nem a Seneca Oil Company acreditava naquela forma de extração de petróleo e cessou o envio de dinheiro.

Mas a esta altura Drake já estava bastante convencido do sucesso que teria com sua inovação, passou então a autofinanciar sua invenção com a ajuda de outras pessoas da cidade e empréstimos bancários.

Após meses de perfuração, no dia 27 de agosto de 1859, enfim encontrou e extraiu pioneiramente o petróleo de uma profundidade de 21 metros (Isto corresponde a um prédio de 7 andares!). Eram produzidos 10 barris por dia, quantidade muito superior ao que estavam preparados, como consequência teve que armazenar este excedente em barris de uísque e na banheira da residência do capataz. 


 Ilustrações e fotos do canteiro de exploração do petróleo em Titusville.






Drake também ajudou a criar um mercado para o petróleo e conseguiu separar o querosene do óleo bruto. Este produto substituiu o óleo de baleia empregado naquela época como combustível, especialmente na iluminação.

Após cinco anos do sucesso da construção do primeiro poço, estavam estabelecidas, nos Estados Unidos, nada menos que 543 companhias destinadas à exploração do novo e rendoso ramo de atividades. 



Coronel Drake de barba (a direita) e um amigo no segundo poço explorado em Tutisville.


Despreocupado em patentear seus inventos e sem experiência como homem de negócios, Drake veio à falência.

Empobrecido e doente teve seus últimos dias vividos pela caridade dos cidadãos locais, reconhecedores de seu merecimento.

Porém o criador da poderosa indústria que ditaria os destinos do mundo no Século XX morreu efetivamente em 1880 na miséria.

Hoje na região Heritage Oil, Pensilvânia, encontra-se em funcionamento o Drake Well Museum, que conta a história do início da indústria petrolífera com vídeos de orientação, sendo possível observar máquinas em operação e prédios históricos.

Por sua coragem, pioneirismo e determinação vale o prêmio de Inventor Inovador!

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br, wikipedia.org.br, armandobronca.com, www.drakewell.org .




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mulher é como uma rocha ígnea!

Nós mulheres sempre fomos postas em comparação com os homens em relação as nossas habilidades, talvez devido ao nosso biótipo mais delicado, desde que nossas ancestrais nasciam eram predestinadas a aprender a cozinhar, lavar, costurar, criar os filhos... Enfim, manter a ordem e progresso da casa e habitantes que ali vivessem...


Ir pra guerra foi coragem de poucas e mesmo assim as que conseguiram tinham que se esconder do próprio corpo, da própria natureza feminina...

Porém os méritos alcançados por estas atitudes ousadas foram fundamentais para a libertação do paradigma: “mulher é um sexo frágil”.

Mesmo que timidamente, as mulheres começaram a se lançar em espaços antes ocupados somente pelos homens e gradativamente fomos ganhando respeito e admiração da sociedade e do mercado de trabalho.

Mulher é um sexo versátil! Assim como uma rocha ígnea que quando submetida à pressão e temperatura se transforma em uma rocha metamórfica ou sob a ação do intemperismo e erosão se transforma numa rocha sedimentar. (Mas isso é assunto pra outro post!)

Curiosidade: Em latim Ignis significa fogo.


No mundo da engenharia de petróleo alguns equipamentos foram batizados com nomes femininos é o caso da Catarina (traveling block) e do Kelly Drive.

A Catarina faz parte do sistema de movimentação de cargas, é formada por um conjunto de polias móvel justapostas num pino central, em que os cabos passados entre ela e o bloco de coroamento (crown block) a movimentam ao longo da torre de perfuração.




O Kelly Drive faz parte do sistema de perfuração é uma haste que transmite a rotação da mesa rotativa para a coluna de perfuração. Em terra o kelly tem seção quadrada e no mar seção hexagonal.



Mas não foi só na nomeação dos equipamentos que a mulher ganhou destaque no mundo do petróleo, cada vez mais estamos nos aprimorando e exercendo funções de grande destaque nas empresas petrolíferas. (Olha a Graça Foster aí..presidente de uma das maiores estatais do mundo - vale um post também! =D).

Com delicadeza e essência feminina mas não menos fortes vamos superando os desafios...




Fonte: Fundamentos de Engenharia de Petróleo - José Eduardo Thomas.